Guri que fez piada com a tragédia gaúcha perde o trampo
31/01/2013 - 09:42 - Atualizado em 31/01/2013 - 09:45
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Cara se arrependeu da bobagem, garante. Especialistas dão dicas de comportamento na net
O peixeiro
Messalla não quis falar com o DIARINHO sobre a demissão. Por meio de uma nota, divulgada no perfil dele no feicibúki, contudo, reconhece que fez cagada e pede desculpas às vítimas e aos familiares. No texto, Messalla diz que a piada foi postada quando ele ainda não tinha conhecimento do tamanho da tragédia que rolou na boate Kiss, matando mais de 230 jovens. “A única notícia que eu tinha visto naquele momento, via Twitter, foi que uma boate pegou fogo em Santa Maria”, assegura.
A repercussão do conteúdo postado foi tamanha, que Messalla confessa que teve de colocar um nome falso nas redes sociais. Segundo ele, a situação fugiu do controle quando a mulher e a empresa Viaseg também foram alvos de ameaças e xingamentos. “Eu só pude remover meus comentários ao fim do dia. Dia que para muitos foi de descanso, para outros de tristeza e dor, pra mim, um dia de trabalho. Eu nem pude me defender das atitudes tomadas por milhares de comentários e compartilhamentos sobre mim e de minha imagem respectivamente”, acrescenta na nota.
Por fim, agora desempregado, criticado por Deus e o mundo, Messalla pede desculpas. “Talvez esse meu pedido de desculpa não seja aceito por muitos, e eu entendo o motivo, mas gostaria que pelo menos as pessoas mais próximas e amigos me compreendessem e aceitassem meus pedidos de desculpas. Desculpe, Santa Maria, Rio Grande de Sul, povo gaúcho, Brasil”.
Conduta inaceitável
Messalla nem teve tempo de sisplicar ou apresentar uma justificativa que fosse capaz de evitar sua demissão. Segunda-feira, um dia depois do comentário, a carta de demissão do jovem já estava pronta. O diretor da Viaseg, Robson Alexandre R. de Oliveira, explicou que, a partir das duas linhas escritas pelo então funcionário, a empresa recebeu centenas de telefonemas e e-mails malcriados.
Eram pessoas querendo explicações sobre a piadinha. “Se ele teve intenção ou não de ofender as vítimas da tragédia, não importa. Esse nível não está de acordo com pensamento da nossa empresa. Ele foi desligado da empresa por esse comentário”, destaca.
Na página oficial da Viaseg no Facebook, a empresa publicou uma nota de esclarecimento sobre o ocorrido. A Via Seg registra votos de solidariedade e consolos aos familiares e afirma que não aprovou a conduta de Messalla. “Gostaríamos de registrar nossa total indignação e desaprovação a respeito do comentário feito por nosso funcionário em relação à tragédia ocorrida. Todas as medidas serão tomadas a respeito desta atitude isolada”, falam.
Sem justa causa não precisa se explicar
O advogado trabalhista e professor de direito do trabalho da Univali, Silvio Noel, explica que em demissões sem justa causa – quando o empregador não tem nenhuma razão prevista em lei para mandar o funcionário embora, mas mesmo assim deseja fazê-lo, como no caso do Messalla -, não é preciso justificar nada. Paga-se a rescisão e tá tudo certo. No entanto, o dotô acredita que, no caso da Viaseg, a empresa poderia ter mandado o funcionário embora porjusta causa. “Pela proporção e repercussão negativa do fato para a empresa, isso renderia uma demissão por justa causa. No entanto, parece que a empresa preferiu não arriscar e isso serve de alerta para os outros funcionários”, enfatiza Noel.
Os limites da empresa
Em geral, quando um funcionário é contratado, além de assinar o contrato de trampo , assina também um termo de conduta. Esse papéli lista como o colaborador deverá se comportar no ambiente de trabalho, os limites do uso do e-mail e outras questões que, se citadas ali e descumpridas, poderão gerar uma demissão por justa causa. É uma forma de empresa se resguardar de futuras avacalhações.
Consultora em recursos humanos, Patrícia Raquel da Silva revela que muitas empresas têm incluído nesse termo de conduta uma cláusula que proíbe o funcionário de relacionar o nome da instituição nos perfis das redes sociais, como Facebook, Twitter e blogs em geral. “Todo colaborador vende a imagem da empresa. Então, se posta algo que denigre a imagem de alguém, é como se a empresa estivesse avalizando isso”, analisa Patrícia.
Dê opinião sem fazer piada, diz sabichão
A consultora em RH Patrícia ressalta que hoje, nos processos de seleção e recrutamento, os profissionais, em larga escala, bizolham os perfis dos candidatos. “As empresas costumam analisar as posturas e condutas dos candidatos a partir do que é publicado em redes sociais. Pois, hoje, o colaborador é mais medido pela parte comportamental do que a técnica”, salienta. Assim, ela alerta que pessoas podem deixar de ser contratadas por conta do conteúdo postado na rede online.
Thiago Alexandre Stuepp, consultor de mídias sociais esabichão do mundo virtual, recomenda: evite sempre baixar o nível nas redes sociais. Além disso, fuja das discussões sobre futebol, política e religião. “Coloque sua opinião, mas não é preciso fazer piada”, orienta.
Como as páginas online viraram uma espécie de currículo informal, Thiago diz que é bom aproveitar o espaço pra fazer uma boa divulgação do seu trabalho. “Cada rede social tem uma especificidade. No Facebook, por exemplo, as pessoas utilizam mais para publicar fotos de viagens. No Twitter, acabam publicando informações de trabalho. Mas em todos os espaços é possível manter boas práticas. Isso é muito positivo”.
Messalla Ribas ficou sabendo do perrengue em Santa Maria domingo pela manhã, por volta das 7h. Minutos depois, postou uma piada no Twitter: “Alguém aí tá a fim de curtir uma balada em Santa Maria-RS??? Conheço uma que pega fogo”. A mensagem de mau gosto rendeu a demissão do carinha, que trampava no setor de monitoramento de câmeras de segurança da empresa Viaseg Segurança e Vigilância, de Itajaí. O diretor da empresa, Robson Alexandre R. de Oliveira, entendeu que o texto maculou a imagem da empresa, já que o ex-funcionário mencionava, no perfil online, que trampava pra Viaseg. Pra piorar, as palavras de Messalla foram compartilhadas mais de 11 mil vezes no Facebook.Messalla não quis falar com o DIARINHO sobre a demissão. Por meio de uma nota, divulgada no perfil dele no feicibúki, contudo, reconhece que fez cagada e pede desculpas às vítimas e aos familiares. No texto, Messalla diz que a piada foi postada quando ele ainda não tinha conhecimento do tamanho da tragédia que rolou na boate Kiss, matando mais de 230 jovens. “A única notícia que eu tinha visto naquele momento, via Twitter, foi que uma boate pegou fogo em Santa Maria”, assegura.
A repercussão do conteúdo postado foi tamanha, que Messalla confessa que teve de colocar um nome falso nas redes sociais. Segundo ele, a situação fugiu do controle quando a mulher e a empresa Viaseg também foram alvos de ameaças e xingamentos. “Eu só pude remover meus comentários ao fim do dia. Dia que para muitos foi de descanso, para outros de tristeza e dor, pra mim, um dia de trabalho. Eu nem pude me defender das atitudes tomadas por milhares de comentários e compartilhamentos sobre mim e de minha imagem respectivamente”, acrescenta na nota.
Por fim, agora desempregado, criticado por Deus e o mundo, Messalla pede desculpas. “Talvez esse meu pedido de desculpa não seja aceito por muitos, e eu entendo o motivo, mas gostaria que pelo menos as pessoas mais próximas e amigos me compreendessem e aceitassem meus pedidos de desculpas. Desculpe, Santa Maria, Rio Grande de Sul, povo gaúcho, Brasil”.
Conduta inaceitável
Messalla nem teve tempo de sisplicar ou apresentar uma justificativa que fosse capaz de evitar sua demissão. Segunda-feira, um dia depois do comentário, a carta de demissão do jovem já estava pronta. O diretor da Viaseg, Robson Alexandre R. de Oliveira, explicou que, a partir das duas linhas escritas pelo então funcionário, a empresa recebeu centenas de telefonemas e e-mails malcriados.
Eram pessoas querendo explicações sobre a piadinha. “Se ele teve intenção ou não de ofender as vítimas da tragédia, não importa. Esse nível não está de acordo com pensamento da nossa empresa. Ele foi desligado da empresa por esse comentário”, destaca.
Na página oficial da Viaseg no Facebook, a empresa publicou uma nota de esclarecimento sobre o ocorrido. A Via Seg registra votos de solidariedade e consolos aos familiares e afirma que não aprovou a conduta de Messalla. “Gostaríamos de registrar nossa total indignação e desaprovação a respeito do comentário feito por nosso funcionário em relação à tragédia ocorrida. Todas as medidas serão tomadas a respeito desta atitude isolada”, falam.
Sem justa causa não precisa se explicar
O advogado trabalhista e professor de direito do trabalho da Univali, Silvio Noel, explica que em demissões sem justa causa – quando o empregador não tem nenhuma razão prevista em lei para mandar o funcionário embora, mas mesmo assim deseja fazê-lo, como no caso do Messalla -, não é preciso justificar nada. Paga-se a rescisão e tá tudo certo. No entanto, o dotô acredita que, no caso da Viaseg, a empresa poderia ter mandado o funcionário embora porjusta causa. “Pela proporção e repercussão negativa do fato para a empresa, isso renderia uma demissão por justa causa. No entanto, parece que a empresa preferiu não arriscar e isso serve de alerta para os outros funcionários”, enfatiza Noel.
Os limites da empresa
Em geral, quando um funcionário é contratado, além de assinar o contrato de trampo , assina também um termo de conduta. Esse papéli lista como o colaborador deverá se comportar no ambiente de trabalho, os limites do uso do e-mail e outras questões que, se citadas ali e descumpridas, poderão gerar uma demissão por justa causa. É uma forma de empresa se resguardar de futuras avacalhações.
Consultora em recursos humanos, Patrícia Raquel da Silva revela que muitas empresas têm incluído nesse termo de conduta uma cláusula que proíbe o funcionário de relacionar o nome da instituição nos perfis das redes sociais, como Facebook, Twitter e blogs em geral. “Todo colaborador vende a imagem da empresa. Então, se posta algo que denigre a imagem de alguém, é como se a empresa estivesse avalizando isso”, analisa Patrícia.
Dê opinião sem fazer piada, diz sabichão
A consultora em RH Patrícia ressalta que hoje, nos processos de seleção e recrutamento, os profissionais, em larga escala, bizolham os perfis dos candidatos. “As empresas costumam analisar as posturas e condutas dos candidatos a partir do que é publicado em redes sociais. Pois, hoje, o colaborador é mais medido pela parte comportamental do que a técnica”, salienta. Assim, ela alerta que pessoas podem deixar de ser contratadas por conta do conteúdo postado na rede online.
Thiago Alexandre Stuepp, consultor de mídias sociais esabichão do mundo virtual, recomenda: evite sempre baixar o nível nas redes sociais. Além disso, fuja das discussões sobre futebol, política e religião. “Coloque sua opinião, mas não é preciso fazer piada”, orienta.
Como as páginas online viraram uma espécie de currículo informal, Thiago diz que é bom aproveitar o espaço pra fazer uma boa divulgação do seu trabalho. “Cada rede social tem uma especificidade. No Facebook, por exemplo, as pessoas utilizam mais para publicar fotos de viagens. No Twitter, acabam publicando informações de trabalho. Mas em todos os espaços é possível manter boas práticas. Isso é muito positivo”.
DIARINHO