Operação para conservação do tubarão-baleia
que encalhou em Porto Belo custará R$ 60 mil
A operação para expor no Museu Oceanográfico da Univali o tubarão-baleia que encalhou no domingo na Praia do Perequê, em Porto Belo, custará R$ 60 mil. A universidade precisou investir na compra de uma piscina e em 35 mil litros de formol diluído para manter a integridade do animal - que, se tudo correr bem, será o maior peixe conservado no mundo.
O valor será coberto por projetos de pesquisa, já que a peça é valiosa. Segundo o pesquisador Jules Soto, curador do museu, esta é a segunda vez que um tubarão-baleia inteiro encalha no Brasil. O primeiro foi em 1984, no Rio de Janeiro. Na época, as tecnologias de pesquisa não eram tão avançadas, o que aumenta a importância científica do gigante. Ainda de acordo com ele, há hoje no mundo apenas um exemplar de tubarão-baleia empalhado, que é mantido no museu do condado de Suffolk, em Nova Iorque. O animal, coletado na década de 1930, hoje está sem a pele original.
O trabalho de conservação inclui a aplicação de produtos químicos para conservação dos olhos e da pele, para que não percam as características nem a cor. Ontem, o animal teve as vísceras retiradas e parte do material foi separado para ser usado em pesquisas.
Foi a primeira vez que o conteúdo estomacal de um tubarão-baleia foi analisado no Atlântico Sul, e os pesquisadores descobriram que ele come copépodos por aqui -o mesmo tipo de pequenos crustáceos dos quais se alimenta em outras partes do mundo. Descobriu-se, também, que o tubarão-baleia tinha hemorragia interna. Sinal de que se machucou antes de morrer, o que reforça a hipótese de que seja o mesmo exemplar que havia enroscado em uma rede de pesca de emalhe na terça-feira da semana passada.
O tubarão passará os próximos 30 dias imerso em formol, que vai estancar a decomposição. A expectativa é que o exemplar esteja pronto para exposição na inauguração das novas instalações do Museu Oceanográfico da Univali, ainda este ano.