UNIVALI IRÁ REALIZAR ESTUDO PARA ENTENDER A CAPACIDADE DE CARGA FÍSICA E SOCIAL PARA O MUNICÍPIO DE BOMBINHAS – SC
A população atual de 15 mil habitantes chega a multiplicar-se por dez durante o período do veraneio devido principalmente ao turismo de segunda residência e ao elevado número de turistas que se hospedam em hotéis e pousadas. Não bastasse, milhares de excursionistas, em veículos, adentram diariamente no município causando um verdadeiro caos urbano.
O tráfego pesado, a falta de infra-estrutura urbana e a falta de água são os principais problemas enfrentados pelos moradores e poder público local, e sem solução em curto prazo de tempo visto que atualmente é desconhecida as causas reais do tamanho do problema enfrentado. Para isso a presente proposta pretende propor um programa com tendo como base dois projetos essenciais e paralelos para diagnosticar a realidade de Bombinhas.
Durante os meses de dezembro de 2012 a março de 2013 algumas câmeras da Polícia Militar de Santa Catarina registraram as imagens da saída de entrada de veículos 24 horas ao dia. Estas estão disponíveis e pretende-se com isso estabelecer a contagem de veículos de saída e entrada ao longo do período de veraneio.
A ideia é estabelecer um estudo de tráfego, assim como entender quais os momentos do dia Bombinhas tem seu limite de pessoas ultrapassado. O Laboratório de Conservação e Gestão Costeira da UNIVALI em Itajaí – coordenado pelos professores Marcus Polette e Rosemeri Marenzi tiveram aprovados seu projeto de pesquisa do CNPQ no Edital Universal para ser aplicado ainda este ano no município. Trta-se de uma técnica inovadora de análise de capacidade de carga física. Que também terá como base uma análise da capacidade de carga das praias do município tendo como base as fotografias aéreas do Serviço de Patrimônio da União. Com base nisto será estabelecido a capacidade do município receber turistas com conforto nas praias conforme Polette (2002).
Este diagnóstico pretende ainda analisar a capacidade de carga social, ou seja, uma análise junto à população residente, de segunda-residência, turística e excursionista acerca da sua percepção no que se refere aos principais problemas e soluções para o município.
A técnica também utilizada deverá entender a percepção dos excursionistas sobre quanto estes pagariam para desfrutar um dia no município, isso porque existe uma proposta de cobrança de pedágio no município. Entende-se que municípios brasileiros que adotaram a ideia de cobrança de pedágio não utilizaram critérios baseados na técnica de mais valia, e sim em critérios subjetivos, tais como Ilhabela em São Paulo e Bonito em Mato Grosso. Fernando de Noronha também tem suas taxas cobradas por métodos subjetivos.
A presente proposta busca integrar os métodos de abordagem (capacidade de carga de trânsito + capacidade de carga das praias + capacidade de carga social de percepção) e estabelecer uma padronização de método para os municípios litorâneos brasileiros, e outros que atualmente passam pelo mesmo problema de Bombinhas. Destaca-se que a prefeitura de Bombinhas tem nesta proposta uma possibilidade de tomar decisões baseadas em critérios técnicos e que tais resultados possam demandar mudanças seguras e duradouras no Plano Diretor local.
