sábado, 4 de janeiro de 2014

Moradora denuncia baderna no hospital Santo Antônio
Por Diarinho

Há três dias não tem recepcionista pra atender os doentes, que mofam na frente do hospital. Falta médico e tem banheiro interditado

O hospital Santo Antônio, em Itapema, reflete uma realidade nada animadora pra uma cidade turística. Enquanto falta água na rede, quem procura o hospital tem que mofar na recepção, à espera de atendimento. A recepcionista vazou desde o dia primeiro. Sexta-feira, não havia médico pediatra nem ortopedista, especialidades essenciais em um hospital. Pra completar, os banheiros estão interditados. O contrato com a empresa responsável pela administração, Instituto Adonhiram, vence no final do mês.
A ex-conselheira da Saúde da city, Tarcila Campos, 68 anos, tinha um raio-x do pé marcado para o início da tarde de sexta-feira. Ao chegar ao local, ela ficou espantada com o que viu. Enquanto o povo que chegava com ambulâncias para casos de urgência e emergência era encaminhado, quem foi por conta própria ao hospital ficou na mão. “O caos tava instalado. Na recepção, não tinha ninguém. Cerca de 30 pessoas aguardavam e não havia recepcionista. Uma mãe com uma criança com a cabeça quebrada, sangrando. Um senhor com a perna quebrada. E a coisa foi acumulando, as crianças gritando, chorando”, conta Tarcila, que é técnica em saúde e já trabalhou no hospital. Embora ela tenha sedesligado do conselho, ainda trabalha como voluntária na cidade.
Assim que entrou para ser atendida, o povo começou a reclamar das péssimas condições de trabalho. “Ontem (sexta-feira) havia dois médicos muito esforçados e mais um médico estagiário atendendo as emergências”, conta Tarcila, que não aguentou o descaso e resolveu conversar com um representante do instituto que estava por lá. “Perguntei por que não havia recepcionista e por que estava aquele caos na frente do hospital. O representante disse que ele mesmo iria à recepção para atender. Aí eu disse para ele fazer isso, porque as pessoas não merecem esse tipo de acolhimento”, conta a técnica em saúde.
Banheiros interditados
Tarcila disse que algumas enfermarias estavam com banheiros interditados. “A qualidade do serviço no hospital só não era pior porque tinha médicos que estavam envolvidos e emprenhados em salvar vidas. As enfermeiras trabalhando. Mas a demanda era muito grande”, conta Tarcila, indignada com a falta de preparo de uma cidade turística. “Esse instituto não está ali de graça, eles cobram. A secretaria de saúde tem que estar muito atenta”, palpita lembrando que o contrato da empresa à frente do hospital começou em 1º de agosto e vai até o dia 31 de janeiro. “Acho que está havendo desleixo por parte da empresa, descuido e falta de responsabilidade com os moradores e com os turistas”, bufa.
“Ajuda da prefa 
Tarcila conta que, lá pelas tantas, chegou o chefe de gabinete do prefeito Rodrigo Bolinha (PSDB), Everton Ricardo da Silva, no hospital acompanhado de duas barnabés que assumiram a recepção. Tarcila conta que deixou o hospital duas horas depois, e a mulher com a filha sangrando ainda não tinha sido atendida.
A reportagem tentou contato com a administração do hospital por volta das 17h de sexta-feira, mas ninguém foi encontrado. A reportagem também ligou para três números da secretaria de saúde, das 17h às 17h30, mas o telefone tocava até cair e ninguém atendia. O DIARINHO vai voltar ao assunto nas próximas edições.

Diarinho